Por que a meditação funciona?

Nós vivemos em um oceano de palavras, em um oceano de emoções. Como manter a tranquilidade mental para darmos conta de nossas atividades do dia-a-dia? Como alcançar o equilíbrio emocional que nos permitirá tomar decisões acertadas? A resposta é: meditação.

Há alguns anos atrás, a meditação era mesmo coisa de “esquisotérico”. Quem não tem um amigo assim? Muitos estereótipos foram associados à meditação: parece que, pra meditar, era pré-requisito ser vegetariano, usar brinco de pena e saia indiana. Hoje em dia, no entanto, a meditação resolveu sair do armário e se libertou de tudo aquilo. E uma das grandes aliadas da meditação hoje é a ciência.

Uma das ferramentas bastante utilizadas em uma série de meditações diferentes passa por, em algum momento, focarmos no coração. Como exemplo podemos falar sobre a Meditação dos Corações Gêmeos, que hoje é realizada em tantos países em todo o mundo. Nessa meditação, antes de se concentrar no silêncio, o praticante se concentra em seu coração por alguns minutos enquanto compartilha energias positivas com o Planeta Terra e todas as pessoas. Esse tipo de meditação tem a tendência não apenas de compartilhar energias de amor e compaixão com o mundo, mas também de gerar e estimular emoções e pensamentos positivos nos praticantes.

Agora vamos falar sobre o Instituto Heartmath, sediado nos Estados Unidos, dedicado a cientificamente analisar a “matemática do coração”.  Lá,  a ciência realiza pesquisas para desvendar esse precioso órgão do corpo humano. Um dos temas de pesquisa é a relação entre o coração e o cérebro. Antigamente se pensava que nossos lados cognitivo e emotivo – a razão e os sentimentos – funcionavam através de 2 sistemas que não tinham muita conexão entre si. Em meio a uma série de pesquisas interessantes, o Instituto Heartmath descobriu que o coração e os centros emotivos possuem um maior número de terminações nervosas indo em direção ao cérebro e aos centros cognitivos do que vindo do cérebro. Isso significa que o coração foi projetado com um poder maior de influenciar o cérebro do que vice-versa. Neste mundo racional e pragmático, são as emoções quem dão as cartas. Essa constatação prova que uma emoção pode ser estimulada de forma a motivar futuros comportamentos. 

E é justamente aí que entra a meditação como ferramenta estimuladora de emoções positivas. Quando você tira alguns minutos de seu dia para cultivar emoções de paz, compaixão, alegria, prosperidade e saúde, esse é o sinal que você está enviando ao seu cérebro. É esse tipo de conexão que você está fortalecendo e sinalizando para todo seu sistema cognitivo: que por mais que o dia tenha sido estressante, que o chefe estivesse irritado e o trânsito não tivesse ajudado, você será capaz de lembrar que essas coisas não são suficientes para perturbar a certeza dentro de você de que, na verdade, está tudo bem.  

Imagine só o dia em que esse poder fantástico for posto em funcionamento pela humanidade? Poderemos mudar o mundo não através de armas, guerras, acordos comerciais, tratados. Poderemos mudar o mundo através de nossas emoções. Mas essa revolução em massa precisa começar dentro de cada um de nós.

Livia França