A minha história com um Mestre Espiritual no século XXI
Eu tinha 20 anos. Ou 21? Talvez eu possa estar me confundindo um pouco com as datas, mas tem algo sobre o que não me restam dúvidas: o rosto daquele homem impresso num cartaz pendurado num mural. E é essa história que eu quero contar pra vocês hoje.
Eu tinha chegado naquele espaço de cura energética em busca de uma solução alternativa pra problemas de asma e rinite alérgica que tinham me atormentado a vida inteira até então. Mas aquele cartaz me marcou: aquele homem, com um rosto oriental e seus olhos puxados, me marcou. Tinha algo de magnético naquele olhar. Eu achei estranho um cartaz simples me atrair tanto. Podia ser uma daquelas coisas que a gente não consegue explicar, mas que nem têm tanta importância assim, aparentemente.
Mas o fato é que eu comecei a frequentar aquele centro de cura energética. O tempo foi passando e eu cada vez mais fui me encantando com os resultados daquele tratamento que eu descobri que se chamava Pranic Healing (Cura Prânica). Não foi apenas a respiração que melhorou: uma paz surgiu de um jeito que eu nem sabia que dava. Mas, além disso, eu descobri que o meu ser tinha existências além do que os limites do meu corpo físico impunham. Eu fui descobrindo que era possível identificar de onde vinham incômodos, dores, raivas e tristezas e desintegrar as energias conectadas com aquilo tudo. A sensação, muitas vezes, era de libertação.
Quando você vê a sua vida melhorando de um jeito bonito e florido, você fica querendo saber mais sobre esse caminho. Comigo não foi diferente: eu, sempre muito racional, comecei a fazer os cursos de Pranic Healing pra entender o mecanismo por trás da minha melhora. E foi aí que eu descobri que aquele rosto oriental que constava no cartaz que eu tinha visto lá atrás era de um senhor chamado Choa Kok Sui, o fundador do Pranic Healing.
Você pode até achar bobeira essa coisa de “mestre espiritual”, mas, no caso de Choa Kok Sui, em 54 anos de vida ele espalhou uma técnica de cura energética por mais de 100 países e publicou mais de 20 livros, antes da época da internet no bolso de cada um. Isso caracteriza, no mínimo, a vida de uma pessoa excepcional e extraordinária.
Quando você é apresentado a um mestre espiritual, se você é uma pessoa racional como eu, você se questiona se ele “é isso tudo mesmo”, se as pessoas que te contam histórias sobre ele não podem estar exagerando. O fato é que o único jeito de você entender essa relação é tendo uma experiência.
“Se oriente, rapaz”, canta Gilberto Gil. Há muitos motivos pra alguém “se orientar”, mas um deles é que, no oriente, a ideia de que existe alguém que sabe muito mais do que você e que pode te orientar nos assuntos da vida é algo super corriqueiro, cultural, recomendável, buscado. Do nosso outro lado do planeta, a coisa é, na verdade, oposta: como existir espaço pra alguém que saiba mais do que você numa cultura em que é cobrado que você conheça, performe e realize mais do que todo o resto, que você seja sempre o vencedor?
A gente que mora no ocidente precisa sair muito da caixinha pra poder começar a dar espaço pra ideia de um mestre espiritual entrar na vida. Isso porque, pra você admitir que tem um mestre espiritual, você precisa aceitar como premissa a ideia de que aquela outra pessoa é tão mais evoluída que você a ponto de ser capaz de enxergar o mundo de um jeito totalmente diferente e mais interessante. É um golpe no ego. E o meu processo não foi diferente. Começou com uma admiração por aquele senhor que criou uma técnica muito bem organizada capaz de explicar mecanismos de transferência de energia e de promoção de bem-estar.
Até então, a minha relação era apenas platônica com aquele senhor. E era baseada em respeito e admiração.
Mas aí veio a chance de conhecê-lo pessoalmente. Nessa época, ele já era uma figura mundialmente conhecida, havia sempre muita gente participando dos eventos com ele. Um encontro exclusivo e individual com ele era reservado apenas aos discípulos mais antigos dele. Eu certamente não estava nessa categoria, eu era apenas mais uma pessoa querendo conhecê-lo. E foi num desses eventos cheios de gente a minha primeira experiência diante da figura dele.
Eu nunca poderei me esquecer do que aconteceu naquele dia. Ele estava num palco e havia muita gente. E ele disse assim: vocês querem conhecer o que é o amor de Deus? E orientou que as pessoas se colocassem numa certa posição e se abrissem pro que ele faria. Eu segui. Como que num passe de mágica, imediatamente todo o meu ser foi consumido por uma sensação de uma alegria ímpar, uma felicidade indescritível, as lágrimas rolavam, e parecia que todo o meu corpo era só amor, por dentro e por fora. Eu nunca tinha sentido nada parecido, nada nem perto disso. Quando alguém toca no conceito de êxtase espiritual, até hoje eu me remeto àquela situação e fico com a sensação de que ela me deu os elementos pra entender o que é essa experiência mística. Aquilo durou poucos instantes, mas foi o suficiente pra que marcasse a minha alma pro resto da minha vida.
Numa outra ocasião, eu estava numa cidade da Califórnia junto com centenas de pessoas que aguardavam a chegada de Choa Kok Sui. No palco, havia pessoas preparando o público para a chegada dele, conduzindo práticas energéticas. Só que, em determinado momento, eu senti algo “chegando”. A sensação é que tinha uma vibração que já era grande mas que, a cada segundo, aumentava, e eu quase podia tocar nessa vibração. Eu comecei a me concentrar nessa sensação pra entender o que estava acontecendo e foi quando Choa Kok Sui entrou no salão do evento. Ficou muito claro pra mim que a aura daquela pessoa era tão grande e vibrante que ela chegava antes do corpo dele chegar. Tinha muito poder naquela figura.
Numa outra situação, das Filipinas ele energizou a minha vida profissional. Vamos resumir dizendo que eu havia proporcionado algo a uma pessoa e ele quis retribuir o meu gesto. Num espaço de menos de 10 dias, uma promoção e um novo cargo dentro da mesma empresa me foram oferecidos: as bênçãos foram tão impactantes que 2 setores dentro da mesma empresa, no mesmo espaço de tempo, me ofereceram melhorias. Por conta disso, eu me destaquei entre os meus pares e novas portas foram abertas. Como uma pessoa nas Filipinas manda energias pra mim e isso reverbera de forma tão positiva na minha vida prática aqui no Brasil? Às vezes, parecia um grande mistério. Mas nunca deixou de ser impactante.
A essa altura, eu já tinha participado de eventos com ele e sentido o poder e a força da alma daquela pessoa. Eu já tinha entendido a tremenda sofisticação dos ensinamentos que ele passava, mas que ao mesmo tempo tinham uma roupagem simples de modo a permitir que muita gente compreendesse a sua mensagem. Eu já tinha lido livros dele. Eu já tinha experimentado como é estar diante dele e sentir uma paz tomar conta de mim, mágoas e frustrações serem diluídas. Eu compreendi que eu podia amar ainda mais e eu quis aquilo pra minha vida toda.
Por conta disso, eu abri mão da minha carreira jurídica, que estava com portas bem abertas depois de eu ter terminado o meu mestrado em Harvard Law School. Algumas pessoas achavam que eu estava insana. Mas elas não tinham vivido o que vivi nem tinham entendido como uma pessoa pode ser tão extraordinária a ponto de outras quererem segui-la. Eu fiz a formação da escola do meu mestre pra me tornar professora dos cursos dele e me tornei terapeuta de energias, para ajudar as pessoas a também experimentarem o que eu vivi naquela época.
Aproximadamente 2 décadas depois dessas histórias, eu me pego aqui, me lembrando delas com um sorriso no rosto e uma leveza no coração. A energia de um mestre espiritual verdadeiro é tão poderosa e amorosa que, se você for capaz de praticar a humildade e a conexão genuína com ele, ela pode fluir através de você também e atingir outras pessoas, expandindo essa cadeia de brilho, vivacidade, florescimento.
Um pouco antes de eu sentar pra escrever esse texto, eu recebi uma mensagem de uma paciente, que dizia assim: "Querida, não tenho palavras para agradecer e por trazer a minha paz de volta. Você é realmente muito maravilhosa e especial, um presente na minha vida.”. Pode parecer para essa paciente que fui eu que a ajudei na questão de dores crônicas e trauma que ela vivia, mas eu sei que essa melhora me tem apenas como um canal, que é a energia do meu mestre, passada através de mim e ela, sim, capaz de operar essas curas. Porque, com ele, eu me tornei outra pessoa e vi minha vida desabrochar.
Num país em que é brega falar sobre Deus, o meu mestre ensina que a fé nada mais é do que uma maior receptividade às energias espirituais, que estão disponíveis a todo instante. Você pode colocar as alegorias que quiser nessa ideia, mas o fato é que todos podemos abrir o coração e a mente e acessar essa energia e essa vida que vêm da fonte superior. O sol nasce para todos, disse alguém uma vez.
E há alguns minutos eu me dei conta que já é quase dia 15 de agosto, o dia em que comemoramos o nascimento do meu mestre. Ele se foi em 2007, mas sua presença nunca foi menos vibrante. Talvez contar essas histórias e percepções seja o meu jeito de homenagear essa figura impressionante e estimular outras pessoas a também irem além da ideia cristalizada ocidental de que você precisa ser melhor e superior a todos. Quanto perdemos quando estamos presos a essa ideia!
O meu mestre me deu curas físicas (dentre elas, a respiratória), bem-estar mental, alívio emocional, uma profissão e finanças prósperas, harmonia familiar, um jeito de contribuir pro desenvolvimento do planeta. São tantos presentes que a vontade de agradecer se torna eterna.
E a você, que chegou até aqui neste texto, desejo que as bênçãos do meu mestre recaiam sobre você e que você também possa experienciar o amor verdadeiro e encontrar um caminho que te faça florescer e evoluir de forma bela.
Livia França, humilde discípula de Mestre Choa Kok Sui